A conspiração do polvo explicada: o que Daniel Casolaro descobriu?

A ideia deste documentário original da Netflix era trazer à tona histórias antigas e fazer com que a atual geração do milênio entendesse o tipo de incidente que ocorreu na América décadas atrás. Esta é a incursão da Netflix no gênero de documentário político e trazendo de volta à vida um caso que foi especulado quando estourou décadas atrás. Estávamos no ano de 1991, quando o jornalista freelancer Daniel Casolaro foi encontrado morto na banheira de um hotel. Embora a polícia tenha apelidado de suicídio, a família, amigos e conhecidos do falecido tinham certeza de que ele nunca tiraria a vida.

A morte prematura de Daniel abriu a caixa de Pandora há trinta anos, e houve muita especulação sobre a história em que ele estava trabalhando. Foi revelado que o homem estava trabalhando em algo enorme que poderia derrubar o governo americano na época. Nunca houve qualquer confirmação da mídia ou do governo sobre o que aconteceu, mas muitos começaram a especular sobre a existência da “Conspiração do Polvo”, uma fraude tão grande que envergonharia a América se fosse exposta por alguém.

Trinta anos depois, o fotojornalista do New York Times, Christian Hansen, estava obcecado pelo trabalho deixado por Daniel Casolaro. Ele queria desenterrar os corpos e discutir exatamente sobre o que se tratava a conspiração e quais eram as alegações levantadas pela história de Daniel. Daniel conseguiu muitos documentos e transcrições de seus amigos e familiares e estava interessado em saber mais sobre o processo da Inslaw Inc.

O processo da Inslaw Inc. levou Daniel ainda mais atrás na história das agências de inteligência americanas e como elas operavam. Bill Hamilton, que fundou a Inslaw Inc. e criou o software de última geração “PROMIS” para o Departamento de Justiça, foi à falência pelo mesmo órgão governamental. Na investigação mais aprofundada de Daniel, houve alegações de que o órgão governamental tentava revender a empresa e o software para um certo Earl Brian. Há uma década, Jimmy Carter e Ronald Reagan faziam campanha para as eleições presidenciais e a situação dos reféns no Irão estava no auge. Houve alegações de que a campanha de Ronald Reagan tinha financiado o governo iraniano para manter os reféns no país e inviabilizar as negociações de Jimmy Carter com o país hostil.

Earl Brian liderou este acordo e Ronald Reagan, após vencer a eleição, ofereceu-lhe o software “PROMIS”, desenvolvido por Bill Hamilton. O software era único e havia alegações de que o governo desejava a posse total do mesmo para seu benefício. Acreditava-se que a pesquisa de Daniel sobre “A Conspiração do Polvo” o levou às conexões do Refém do Irã e de Ronald Reagan. Ele ainda tentou se aprofundar para descobrir o que o governo estava escondendo da vista de todos.

A outra alegação que surgiu durante a pesquisa de Daniel foi sobre o uso do software de Bill Hamilton, “PROMIS”. Especulou-se sobre Earl Brian, que tinha ligações com o crime organizado e contou com a ajuda de Michael Riconosciuto para ajustar o software. Presumiu-se que o software foi alterado e compartilhado pela América entre as agências de inteligência de muitos países. A inteligência americana planejou usar este software para espionar esses países, que incluíam muitos de seus aliados. Uma cópia do software também foi enviada ao Canadá, mas por canais ilegais, conforme consta no documentário de diversos especialistas. Esses detalhes mencionados acima faziam parte de “A Conspiração do Polvo”, e a vontade de Daniel de expor o governo e suas práticas antiéticas o fez descer pela toca do coelho, em busca de informações que pudessem ajudá-lo a implicá-los ainda mais.

A pesquisa de Daniel o levou a uma reserva indígena em Indio, Califórnia, administrada pelos Cabazons, o sindicato da máfia. O maior defensor dos Cabazons e do desenvolvimento das terras nativas americanas foi John Philip Nichols. Citando o desenvolvimento social, John Philip Nichols fundou uma fábrica de cigarros e um cassino, que prometia vários empregos. Fred Alvarez foi outro local influente que se opôs à expansão de John Philip Nichols na reserva indígena. Ele foi solicitado a reunir evidências que provassem que John Philips Nichols estava realizando trabalho ilegal na terra. Fred Alvarez foi rápido em adquirir o mesmo, mas ele e seus amigos foram mortos, e a falta de investigação da polícia indicava a influência dos Cabazons e de John Philip Nichols. O acordo com Cabazon também envolveu o uso de terras da reserva indígena para o teste de diversos tipos de armas de fogo e armas.

Daniel pôde ter acesso a todos esses detalhes através de Michael Riconosciuto e esteve muito perto de obter mais dados sobre o governo e suas dúvidas. A presença da máfia Cabazon indicou que as agências de inteligência e o Departamento de Justiça estavam envolvidos com a máfia dos narcóticos na realização de muitas operações, e também poderiam financiar a campanha para manter o seu poder à tona. Houve uma suposição de que o escândalo do Irão-Contra também fazia parte da “Conspiração do Polvo”, e acabou por ser verdade. A ligação entre a América e o Irão foi detectada, e esta pode ser a razão pela qual as agências de inteligência estavam interessadas em manter tudo escondido e tiveram sucesso na eliminação de Daniel.

O envolvimento de Robert Booth Nichols criou mais especulações em “The Octopus Conspiracy”. Robert não foi apenas um mediador entre a inteligência e as agências governamentais; ele foi fundamental para enganar Daniel, que estava desesperado por mais evidências contra o Departamento de Justiça e as agências de inteligência. Michael Riconosciuto esteve perto de revelar o seu papel na confusão com o software “PROMIS”, mas foi enviado para a prisão antes de poder tornar pública a sua declaração escrita em apoio a Bill Hamilton. Bill Hamilton às vezes alegou o envolvimento da máfia com a inteligência e do Departamento de Justiça em arrastar sua empresa à falência. Bill Hamilton, porém, nunca teve qualquer evidência para provar suas alegações, enquanto Daniel esteve muito perto de expor essas dúvidas.

Supõe-se que Robert Booth Nichols pode ter atraído Daniel para a Virgínia Ocidental na esperança de adquirir mais provas. Infelizmente, Daniel foi encontrado morto em poucos dias. “A Conspiração do Polvo” continua a ser um assunto que nunca teve qualquer conclusão. Michael Riconosciuto estava disposto a falar com Christan Hansen, mas apenas extraoficialmente. Esta conspiração permanecerá ambígua, a menos que o governo americano planeie desclassificar esses documentos depois de várias décadas, quando ninguém enfrentará quaisquer repercussões pelas suas acções, especialmente os envolvidos nas mortes de Daniel Casolaro e Fred Alvarez.